O GENOCÍDIO dos Yanomamis

 É impensável imaginar que neste planeta existem pessoas insensíveis à tragédia por que passa o povo indígena dos Yanomamis. Mas, existe esse caráter de pessoas. Os que não se compadecem com a dor alheia, com o risco de extermínio de outra pessoa, seja individual ou coletivamente. Agora instiga-nos e nos comove a dimensão dessa tragedia, porque é o risco do extermínio, da extinção de um povo. E convenhamos, os legítimos donos e habitantes nativos daquela região amazônica e do Brasil.

 Basta ter em conta num retrospecto de memória, os chamados descobridores do Brasil, Pedro Alvares Cabral e sua comitiva, eles não foram descobridores, eles foram invasores, saqueadores e assaltantes do Brasil. Essa é uma realidade cruenta e desnuda. Nada aqui foi achado, descoberto. Porque nada aqui estava oculto, encoberto. Era a terra dos nativos, dos indígenas. Desde o ano de 1500, o país tem sido devastado, devassado e esbulhado em suas riquezas naturais de toda ordem, vegetal, mineral, botânica e animal. Se cunharam esse termo, usemo-lo. Os descobridores do Brasil continuam. Basta ter em conta o quanto de pirataria se pratica por pessoas invasoras de nossas terras, matas e riquezas naturais. A História e os pesquisadores indigenistas calculam que, em 1500, havia cerca de 300 etnias indígenas, hoje são cerca de 50, apenas. Prova que houve um genocídio lento e gradual; e ele continua.

São diversos os invasores de terras brasileiras, no Amazonas, para explorar suas riquezas minerais. A questão umbilical é que paralelo ao garimpo de ouro e outros minerais há o tráfico de drogas pesadas. Sabe-se que os carteis de Miami, de Medellín e Sinaloa atuam na região. E indiretamente eles têm participação nos assassinatos dos indigenistas Bruno Pereira e Dom Phillips, em 2022. Essas riquezas minerais do subsolo brasileiro vão sendo surrupiadas, esbulhadas, roubadas. E o mais grave, com contaminação de rios e mananciais por mercúrio, devastando, matando a fauna aquática e contaminando solo e água e os peixes consumidos por indígenas e brancos. Uma tragédia.

O mais espantoso e reprovável é também imaginar que além de pessoas insensíveis e até desdenhosas com o sofrimento dos Yanomamis, existem congressistas, agentes públicos e autoridades que pouco importam com o estado de calamidade a que estão submetidos os indígenas da região (Amazonas, Roraima). Não fica apenas nessa classe de pessoas insensíveis, agentes de governo local e federal, que poderiam ter feito alguma coisa para evitar o atual estágio calamitoso dessa tribo indígena e nada fizeram.

Existem algumas outras questões graves e gravíssimas na região amazônica e nas terras indígenas, o garimpo ilegal, o tráfico de animais e plantas, o desmatamento ilegal, a poluição desenfreada pela extração de ouro e outros minerais. Acreditem os que forem mais sensatos e amorosos às causas indígenas e à natureza, muitos políticos, governantes e parlamentares defendem os interesses de garimpo, de madeireiros, dos traficantes. Basta revisitar matérias jornalísticas, do Ibama e ONGS do meio ambiente, durante o governo do ex presidente Jair Bolsonaro.

O que se propõe nesse breve texto é deixar nossa estupefação, nossa solidariedade, e nosso dó em tomar conhecimento e ver as imagens tão pungentes, humilhantes e desumanas por que passam as pessoas dos Yanomamis. Difícil acreditar que muitas pessoas tidas e classificadas como de bem e honradas possam escarnecer, menosprezar e minimizar o sofrimento, a segregação social e a iminência do extermínio dos Yanomamis. Esse subgrupo de pessoas e agentes públicos aqui referidos se constituem notadamente dos recentes governantes, regional e federal. Os que deveriam e poderiam ter feito alguma coisa concreta em prol desses indígenas. E nada fizeram. Ao contrário foram negligentes, omissos e até desdenhosos com as questões desses povos, com o meio ambiente e riquezas nativas.

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