mercantilismo e consumismo

 

Mercantilismo e consumismo 

Um ditado bem racional e lógico é o que diz: Há mal que vem para bem! Em outros termos, não significa que esse mal destina-se apenas ao bem porque se assim fosse ele não seria mal. Seria até um paradoxo. É que na esteira desse mal, desse evento nocivo e maléfico, se pode extrair alguma lição, alguma experiência, alguma medida preventiva para que esse próprio infortúnio não mais ocorra e outros de idêntica natureza. Um exemplo seria um acidente automobilístico com ou sem vítimas humanas. Pode-se nesse exemplo averiguar e saber as causas do sinistro, e tomar medidas corretivas e preventivas. Como a manutenção rigorosa do carro antes da próxima viagem.

A pandemia da covid 19 (iniciada em 31 de dezembro de 2019) constitui um desses gigantes males que a despeito de uma tragedia humanitária com milhões de vitimas por invalidez e mortos trouxe ensinamentos. A começar pelo exemplo da resposta rápida e eficiente das Ciências, a cargo da Medicina, da Química, da Biologia, da Imunologia, da Infectologia. A síntese das vacinas anti-covid 19 foi uma demonstração convincente e robusta. E essas vacinas vieram para proteger inclusive aqueles negacionistas e incrédulos nas Ciências, na Medicina Baseada em Evidências e na eficácia e proteção de vacinas, qualquer vacina. Existem pais que se negam a vacinar seus filhos para aquelas doenças graves. Tuberculose, difteria, tétano, sarampo, poliomielite e covid. Um crime de leso-filho, infanticídio. O acreditar pela simples crença, em mentiras, fake News, boatos exige menos esforço cognitivo e cerebral do que se informar em fontes confiáveis, em ler e pesquisar. Estudar e pensar exigem energia mental.

Tomando o exemplo do mal que vem para o bem. Não que alguém queira esse mal. Trata-se de uma contingencia. Se ele ocorreu, independentemente de nossa vontade, vamos superá-lo e buscar suas lições. Aqui em análise então a covid 19. O quanto de ensinamentos ela pode trazer à humanidade, em face de seu enfrentamento como evitação da doença e cura dos doentes. Uma lição que a humanidade despertou para a sua importância, a higiene. Muitos hábitos que as pessoas não tinham passaram a ter pelo temor da contaminação do vírus. Assim todos passaram a assoar corretamente o nariz, a lavar as mãos nos contatos sociais e antes de se alimentar ou pegar em talheres e alimentos, em usar álcool em gel  na assepsia de mãos, em tomar mais banhos diários, em usar máscaras, em não tossir e espirrar estrepitosamente próximo a outras pessoas, em sair de um vaso sanitário e lavar as mãos etc.

E por último, um enorme ensinamento que a pandemia do coronavírus nos trouxe, foi em como manejar e equilibrar a economia pessoal, em como saber o equilíbrio entre receita e despesas.  As instruções, as noções, a responsabilidade com a vida financeira da pessoa são tão importantes que deveriam ser matéria obrigatória escolar. Deveria constar do curriculum escolar desde o ensino fundamental até o ensino superior. Princípios fundamentais em economia e ajuste fiscal: a relação custo/benefício de cada aquisição; nunca as despesas deverá ultrapassar 70% do que se ganha; nunca gastar com o fútil e supérfluo; nunca se presa fácil do marketing desonesto e enganador (propagandas); nunca se sentir maria-vai-com-as-outras de seguir o que a moda, a tendência apregoa para comprar e gastar, etc.

Essa é a maior lição que a pandemia covídica nos deixa e nos ensina. O quanto as pessoas são ovelhas de uma manada perdulária e dissipadora, essa sociedade consumista que segue um líder, no caso o líder mercado capitalista, consumidor e manipulador do cidadão, do consumidor, do paciente de toda natureza. Um mercado e uma indústria sem valores éticos porque induzem o indivíduo a tudo gastar, a se endividar, a se mostrar antenado com tudo vigente e na moda. Ninguém pode estar fora da onda de tudo quanto é divulgado, propagado e imposto para consumo. São comidas, bebidas, carros, casas, as plásticas, as tatuagens, as cosméticas da moda, os implantes anatômicos, as mudanças de sexo, as terapias, os remédios da moda e tudo quanto há de ilusório, supérfluo, vazio, fútil e inútil. Minha amiga, meu amigo, meu vizinho, meu concorrente compraram um carro! Eu também quero um igual ou melhor. Hum, meu dinheiro, meu salário não dão. Ah, há solução! Parcelado, financiado de longo prazo. O cartão de crédito (ledo e engodo engano, tudo dívida). E assim as pessoas vão se chafurdando em compromissos, em dívidas nunca pagas. O que vimos na pandemia? Mais inadimplentes, endividados, nomes negativos no SERASA, perdas de empego, falência, estado falimentar, pessoas passando fome e privações. Imóveis à venda e fechados. Ociosos; gente e imóveis. Horrorível.

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