É certo por comprovação empírica e cientifica que a privação ou perda de um sentido propicia a que a pessoa desenvolva outras sensibilidades e percepções. Um exemplo ilustrativo são os deficientes visuais, quando então eles aprimoram o tato, a audição e outros órgãos sensoriais.
Existem outras habilidades em quem se torna privado de determinado sentido. O indivíduo costuma desenvolver aptidões artísticas que ele certamente tinha latente, e não estimulado não havia sua expressão e concretude. Pode ser na música, na literatura e outras manifestações da criação. Vejam os casos de Stevie Wonder, cantor americano; de Andrea Bocelli, tenor italiano. Que perderam a visão ainda jovens e se tornaram grandes artistas.
Esta menção introdutória foi no mero objetivo de falar de pessoas normais, daquelas pessoas sem nenhuma deficiência dos órgãos dos sentidos, de visão ou audição; principalmente. Eu dou continuidade a esta crônica com uma frase ou observação popular, ou expressão dita quando alguém expressa algum disparate ou platitude. Ela diz o seguinte: “fulano ou fulana acho que sou cego”! São aquelas afirmações eivadas de convicção ou certeza, quando não são.
Melhor se torna fazer uma análise psíquica, cognitiva e intelectual de certos indivíduos e certas pessoas. De como muitas dessas gentes fazem uso de ao menos de seus 5 órgãos dos sentidos. Visão, audição, olfato, paladar e tato. Sequer vamos citar os 7 sentidos e outras aptidões perceptivas para facilitar o entendimento desses cegos de crítica e razão.
Existem levas e rebanhos, maltas e bandos de gente que mal usam os olhos da cara e os ouvidos das orelhas. Ou seja, essas pessoas mal enxergam o que veem e mal ouvem o que escutam. Existem bastante diferença entre ver e enxergar e ouvir e escutar (ou auscultar). Tal salada ou mistifório dessas interpretações recrudesceram com o surgimento da internet e as ubíquas mídias digitais. E as redes, ora de banda social, ora antissocial.
Na certa a humanidade acha-se em um ciclo evolutivo, ou melhor involuído em que muitos predicados ou qualificativos de racionalidade e cognição se deterioraram a olhos vistos. Cada vez mais nos tornamos animais de rebanho ou de manada, quando seguimos um pseudolíder, um falso apóstolo o idiota messias. Basta que ele fale grosso, bravo, de forma cega e acrítica. E muitos acreditam em suas ideias.
É sabido que os idiotas, os néscios, parvos e retardados do intelecto e de visão e de audição e sem crítica sempre existiram. A internet, as redes sociais, telefone celular e aplicativos apenas colocaram essas hordas de gente em evidência. Eles apenas saíram dos botequins, de seus guetos, de seus bares e passaram a mostrar suas abobrinhas, suas platitudes, excentricidades, suas boçalidades e frivolidades. Tinha razão Umberto Eco.
Mostrar suas ideias e likes entre os de mesma iguala e de mesmo quilate e qualificativos. Com todas as ferramentais e recursos rebarbativos. E para concluir, muitos são aqueles e aquelas que expressam as suas asnices e sandices com a cara e meneios os mais deslavados e naturais. Na convicção e certos de que todos os olhos e ouvidos interlocutores vão acreditar em tais verbalizações e mensagens para lá de sem nexo e desconexas.
Entretanto, muitos dos ouvintes e espectadores (os que veem) nos circunlóquios acreditam ou tacitamente fingem acreditar, no expediente do politicamente correto, da boa convivência.
Enfim, os melhores olhos e os mais aguçados ouvidos são aqueles da anatomia da razão e do intelecto, da crítica e da cognição. E então pode-se com precisão separar os joios dos trigos e a realidade da ilusão. Com alguma razão.