A CARRUAGEM DOS INSENSATOS DA POLÍTICA BRASILEIRA
As cenas da Política Brasileira vêm se apresentando com tanta esquisitice que para as pessoas normais, notadamente aquelas que pensam com a razão, que usam o córtex cerebral de forma crítica e cultural; o cenário vigente é tão esdrúxulo que se pergunte: a Política não é uma Ciência e a Arte de administrar as coisas públicas de um país? Surge daí, desse conceito, a origem de República (res publica, coisa pública). Quem lê e estuda sobre história e cultura sabe desse significado.
São tamanhos desatinos, tantas incongruências, tantas sandices e discursos e acusações desconexas, que todos os atores dessas cenas parecem compor um quadro da chamada nau dos insensatos, onde todos trazem a ideia da perda da razão e do senso de governar. Em quem acreditar para conduzir os rumos dessa nau, dessa nação? Estamos todos à deriva.
Basta ver, ouvir e assistir às cenas políticas que se passam no congresso, nos palácios de governos. E não importa quem esteja no comando da nação. Se o eleito for A, Z, L ou S. se do partido B, C ou D. A transição do governo Bolsonaro para o governo Lula nessa passagem 2022/23 dá uma boa mostra e dimensão do em que se transformou o quadro político, nas pessoas de seus agentes intitulados públicos. São “homens públicos e mulheres públicas” ? ou pessoas a serviço de um grupo ou de toda uma nação? Fica a percepção de que cada um desses sujeitos traz não um projeto, um plano de governança, mas uma ideologia, uma doutrina. De espécie, de família, de gênero ou de quê?
O que sugerem os acontecimentos, os embates daqueles que deixam e daqueles que entram para os seus mandatos é que esses agentes a serviço da nação são autênticos inimigos. Eles não parecem, eles são figadais e biliosos inimigos, com reações e olhares de que a qualquer momento um vai destruir o outro. Algumas amostras nesses cenários são bem ilustrativas. Semelhantes a feras, bestas!
De um governo que sai, ficam vários decretos determinando a guarda sigilosa, por 100 anos, de seus feitos e procedimentos. Pensemos juntos: alguns fatos devem por lei e segurança serem protegidos por longo tempo, segredos de Estado. Mas, todos? E com defesas tão ardorosas? E por que o sucessor não pode tomar conhecimento desses atos escondidos por decreto? Não se fala aqui de agentes públicos, com espírito de amor à Pátria? No mínimo curioso e instigante para quem é o novo governante, para a imprensa livre e para a sociedade.
Eleito um candidato, há uma revolta geral, seguidores do perdedor sublevados, cenas de guerra civil, barricadas, ameaças, bombas armadas para ameaçar a posse do candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva, bloqueios de rodovias, clamores por intervenção do exército, das forças armadas, incêndio de prédios públicos, invasão de instalações e prédios da Polícia Federal, depredações, incêndio de carros públicos e privados, ameaças e violência de toda ordem. Tudo isso em Brasília, a Capital Federal.
Posse do novo presidente. A bola da vez, o exemplo de Lula da Silva. Primeiras providências: o expediente do revogaço. O que é esse ato do novo governo? revogação de vários decretos, portarias, decisões e atos do governo anterior, são dezenas de nulidades de decretos da gestão anterior. Novamente perguntas e interrogações de pessoas e cidadãos comuns. Então? Mas, governantes, agentes públicos, representantes do povo e da nação, não são pessoas eleitas para administrar e governar para todos, visando sempre o bem comum, a saúde, o bem-estar, a educação, o funcionamento bom e geral para todos? Esse Revogaço então sugere que o governante anterior e sua trupe, ministros, familiares, apaniguados, auxiliares trabalhavam não tanto para o país, e sim, para eles próprios. Ou não? Como deduzir diverso dessa conclusão?
Entre outros descalabros demonstrativos dos espíritos subterrâneos, pessoais, parciais, impudicos e vergonhosos de nossos agentes públicos, de nossos representantes, sejam do executivo ou do legislativo, estão os temores, os medos, os riscos que os sucessores trazem de serem grampeados, das escutas escusas e criminosas que possam ter sido deixadas nos gabinetes, nas salas administrativas do novo presidente e auxiliares. Então há que se acautelar, fazer varreduras, detecção de metais e escutas clandestinas. Porque o antecessor é de fato e de atitude inimigo à espreita de qualquer deslize, de qualquer malfeito do sucessor etc., etc. São cenas, fatos, precauções e armadilhas de nossa Política. Tempos esdrúxulos e esquisitos!