TER UM FILHO SEM LHE PROVER DIGNIDADE É CRIME E DESUMANO
João Joaquim
Entre as muitas coisas que existem com fartura em nosso Brasil temos a falta de planejamento familiar e a falta de controle de natalidade. Trata-se em primeiro lugar de fartura de falta de políticas públicas dos ministérios da Cidadania e das Doenças. Ministério das doenças deveria ser o nome do ministério da saúde. Que tipo de promoção à saúde que faz o nosso ministério que se diz da saúde? A pandemia dessa “coroca” (Covid) é prova viva do quanto é ineficiente esse tal órgão da saúde! Começa pelos próprios gestores. Ninguém é da saúde. Mas esta questão será tema de outro artigo. O centro aqui é a ausência de iniciativas dos governos para a grave, a gravíssima questão do descontrole do nascimento de filhos. No Brasil, cria-se filhos como se criasse outras crias.
Fazendo uma brevíssima análise das razões do sujeito (homem/mulher) ter um filho. Três devem ser as perguntas que a pessoa deve fazer-se (a si) ao desejar uma gravidez, à geração de uma criança (atenção! Jovens!). Por que ter? como ter? Como formar esse filho? São perguntas simples, mas de alta complexidade. Entre as tantas respostas, vamos aqui lembrar de algumas. Estas constam de questionário e pesquisa feitas às pessoas de forma espontânea. Formar uma família, realização pessoal pelo simples desejo da maternidade ou paternidade, satisfação à família ou pais do casal pelo desejo desses pais (dos pais) em se tornar avós, atender ao desejo de um dos cônjuges (marido ou mulher) de ter um filho.
Além dessas costumeiras razões pela opção da maternidade, muitas outras são deduzidas e demonstradas pelos comportamentos e estilo de vida que levam nossos compatrícios. De forma muito subliminar e dissimulada há como modelo aquela mulher que se torna mãe buscando nesse vínculo conjugal uma perenidade e mantença dos laços com o pai do filho, não importando se sobrevier uma solução de continuidade desse liame social. Psiquicamente dá-se ao processo o popular nome de realização da barriga.
O que se deixa como premissas e averiguações é considerar a aquisição de filhos como um investimento de longo prazo. Como se fosse financiamento da casa própria. Se não para toda a vida, para uma vida inteira. Criar pura e simplesmente um filho não é empresa das não muito difíceis. A grande complexidade ou palavra-chave será a sua formação. E esta demandará investimento antes, durante e depois do nascimento do planejado ou imprevisto filho. Quantos não sãos filhos que nascem por absoluta negligência das pessoas, mãe, marido, namorados! Alimentos, saúde, escolas, educação, faculdade; todos esses itens são caros, nem todos são oferecidos pelo Estado e “custam dinheiro”. Portanto, essas perguntas devem nortear a decisão de ter um filho. Será que eu, além de mim e da mãe do meu filho, posso prover e formar dignamente uma criança, depois custear a formação desse jovem para que se torne um adulto independente, produtivo, cidadão, trabalhador e honesto? No mínimo serão 25 anos, até ele se formar. Portanto, rapazes e moças, se vocês não reúnem essas condições abdiquem-se da maternidade. É indigno, é cruel com uma criança. Se todas essas preliminares razões não forem suficientes para essa tácita renúncia, tenha apenas um filho. Dois no máximo. Não contribuam para aumentar a legião de desempregados, de inúteis, ociosos e vagabundos desse mundo. Sejam humanos, em mais essa decisão racional e prudente.