DIGA O CONTRÁRIO

 

VIVER POLITICA E POLIDAMENTE INCORRETO

João Joaquim  

 

Muitos já conhecem os princípios daquele código de postura das boas relações humanas. Existe até algum compêndio e livros intitulados – Do Politicamente Correto. É sobre este tema que discorro este artigo.

Na verdade, agir política e polidamente correto encerra-se em um paradoxo. O adjetivo mais apropriado seria -Incorreto- Política ou Polidamente incorreto. Basta analisar com rigor o que uma pessoa faz quando ela enaltece ou tece elogios a outra pessoa.

Dificilmente um elogio é 100% verídico, real na sua inteireza. A palavra em si já nos dá uma dica pela sua etimologia. Vem de Elo(eu) mais logos (linguagem). Na antiga Grécia era um epitáfio que se inscrevia no túmulo de um falecido. Com o tempo a Semântica trouxe esse termo de referir, atribuir qualidades ao outro.

Na cultura ocidental trata-se de um costume da boa convivência, das boas relações humanas e sociais. Na essência, muitas vezes quando uma pessoa atribui muitos predicados positivos à outra pessoa ela está com fingimento, uma dissimulação muito bem engendrada, que passa despercebida para quem recebe o elogio. Psicologicamente, socialmente, essa pérfida referência esconde uma estratégia do elogiador: que é conquistar a admiração da pessoa elogiada, visa buscar sua cumplicidade, sua amizade, sua adesão e aprovação social.

A psicologia explica do quanto são falsos os elogios; são os sinais de constrangimento do indivíduo elogiado. Em especial quando essa vítima ou alvo dos exagerados(falsos) elogios é uma pessoa mais tímida e retraída. Nota-se até em certos casos um enrubescimento facial, embargo da voz e até sudorese e palpitações. Justamente sabedora essa pessoa elogiada de não possuir aqueles atributos e qualificações do bajulador. Trata-se neste caso da consciência dos limites pessoais, de seus qualificativos e defeitos.

Psicólogos e estudiosos de Marketing Humano sabem bem e explicam como podemos ter uma Política ou Polimento nas relações humanas sem que descambemos para a falsidade e frivolidade. Muitos desses profissionais afirmam que se quisermos ficar bem com uma pessoa nunca, mas nunca mesmo devemos sugerir ou mencionar algum defeito ou falha dela.

Ou seja, para muitas pessoas se quisermos a sua inimizade basta falar o que de fato ela é, ou tem de atributos. Isto vale sobretudo para alguma característica étnica, de gênero, de particularidades pessoais, etc. porque podemos até resvalar para as questões de preconceito, discriminação ou injuria pessoal.

Por último o que se pode concluir em relação aos elogios e louvores ao outro é que de fato inúmeras são as pessoas, não maioria, que faz jus, que são meritórias de rasgos e churros de elogios, de encômios a elas referidos. São aquelas pessoas, aqueles indivíduos que estejam nos seus afazeres públicos ou privados são exemplos de cidadãos construtivos e produtivos. São homens e mulheres que fazem muita, mas muita falta mesmo onde vivem, onde atuam, onde trabalham, onde convivem.

De outro lado há aqueles e aquelas pessoas que não são dignas sequer das referências positivas a elas atribuídas. Muito menos merecedoras ainda, das dádivas, das medalhas e honrarias a elas feitas. “Mais importante do que comendas e troféus é o mérito de recebe-los . Tá falado e dito.--- Censurado ??

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