Entre tantos autores referenciais que busco apoiar-me ao escrever meus artigos opinativos, técnicos e científicos, lembra-me neste contexto Aldous Huxley (1994-1963). ELE é autor de duas magnificas obras, que eu considero atemporais pela importância, pela perspicácia e pelo insight que teve este pesquisador. São elas: Admirável Mundo Novo e contraponto. Só mesmo lendo para desfrutar o que imaginou e em muitos pontos acertou o autor.
Já chama a atenção no titulo Mundo Novo. Que mundo novo é este? Ao ler e adentrar, percebemos o quanto foi uma sátira, uma terrível crítica, mostrando que nem sempre a Ciência, o progresso trabalham ou surgem em prol de uma vida mais ética e mais humanizada, como se espera dos avanços tecnológicos e das Ciências. Huxley traz à reflexão o exemplo do que foi o fordismo, a linha de produção de Henri Ford, quando o homem tinha uma importância secundária, porque o que visava era mesmo a produção em série de o maior número de autos. Uma outra questão também longe de ser ética, seria a produção de bebês, seres humanos em série, gêmeos, à semelhança da produção de objetos, iguaizinhos, clones; como se fossem objetos.
No exemplo do que assevera essa magnifica obra de Huxley, do admirável mundo novo, veio-me como comparativo o que representa para um rebanho enorme de gente o surgimento da Internet e todos os seus derivativos, como os aplicativos de toda ordem, as redes sociais e as centenas de objetos digitais e de mídia.
De fato, a grande rede (WWW)democratizou a informação e as comunicações. E que democracia, não é mesmo! E então lembrei dessa figura histórica que disse: "A Democracia é dar aos piolhos o poder de comer o leão" (Barão de Itararé). Ou esta: A democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais. Winston Churchil.
Quando olhamos o que um enorme rebanho de gente faz, fala, digladia, deblatera, opina, fica essa comparação com o Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Nem todo progresso torna-se de fato, empregado no exato desiderato, no exato objetivo de seu criador. Qual seja, trazer o bem para a humanidade, mais qualidade de vida, mais dignidade em todas as esferas da vida. Nem sempre esse objetivo se vê , quando se olha o lado ético e humanizado da vida.
Para tanto basta a cada curtida, a cada like, a cada click nas redes sociais para comprovar que ali existe especialista para tudo. Todos são PHD, detém expertise para todas as áreas do conhecimento humano. Há desde críticos literários, de jurisconsultos, de interpretador de textos, de analistas de literatura, de exegetas, de dietistas, de opiniáticos e lunáticos para tudo; que horror! E então vem a conclusão a seguir:
A Fábrica de Cretinos Digitais. Este é o título do último livro do neurocientista francês Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, em que apresenta, com dados concretos e de forma conclusiva, como os dispositivos digitais estão afetando seriamente — e para o mal — o desenvolvimento neural de crianças e jovens.
"Simplesmente não há desculpa para o que estamos fazendo com nossos filhos e como estamos colocando em risco seu futuro e desenvolvimento", alerta o especialista.
As evidências são palpáveis: já há um tempo que o testes de QI têm apontado que as novas gerações são menos inteligentes que anteriores.
Desmurget acumula vasta publicação científica e já passou por centros de pesquisa renomados como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Olha, está difícil, muito difícil a revogação do quadro geral. Só Armagedon pra dar jeito