Vidinhas e vidonas

 Certas imagens, de certas famílias, de nossos e todos os tempos nos impressionam e nos instigam sobre a naturalidade com que as pessoas vão levando as suas vidas. Vidas que, conforme as educações recebidas e oferecidas pelos pais, podem ser tituladas vidinhas, vidonas, vida volúvel. Chamam nossa atenção, por exemplo, certas pessoas (homens e mulheres, na plena madureza da idade) como continuam dependentes de outros, de arrimos desse e outro parental, de viver de forma tal que não conseguem ter autonomia para as exigências ordinárias, elementares, para ao menos sobreviver. Ou seja, viver sobre os encargos, os arrimos, os minguados recursos de outras pessoas, tendo em conta e certo que esses tais têm saúde e músculos rijos, de ferro.

Quando se fala aqui em exigências elementares, o que mais impressiona ainda é que muitos desses indivíduos completam o ensino formal, segundo e terceiro graus, Administração, Direito, Economia, Licenciatura nisso e naquele outro labor oficial; e esses sujeitos voltam ao estágio de um pitecantropo. Sugerem portar cérebros, mesencéfalo, hipotálamo e tálamo de avestruz. Porque se caem de quatro não conseguem levantar-se sozinhos. Exatamente isso!

Tais, quid e quejandos sujeitos, bem que provam e consolidam as teorias dos empiristas britânicos e irlandeses. Como o foram John Locke, David Hume, Berkerley; e ainda Francis Bacon, Thomas Hobbes. Para os quais todo conhecimento, contrariando a teoria do inatismo de Platão, todo conhecimento e saber vêm da aquisição sensorial. Mesma teoria da tábula rasa que expressa assim: toda criança ao nascer se compara (cérebro e memória) a uma lousa em Branco. Essa criança vai inscrevendo e incrustando em sua mente e memória as informações recebidas vias sensoriais: tato, ouvidos, olhos, paladar, olfato etc.; E quem faz ou deixa de fazer esse mister? A família.

Tornando aqui à questão central, a questão de como muitas famílias, de todos os tempos não tiveram a devida preparação na criação, na instrução, na formação social, ética, contributiva, cooperativa dos filhos e filhas. Ou seja, foram pais e mães que criaram seus filhos e filhas à maneira de um canil e pocilga. Deram de comer, de beber, roupas lavadas, camas arrumadas, limpas. Conforme o poder aquisitivo, até carros aos criados e engordados filhos. Todavia, faltaram os ensinamentos éticos, sociais, culturais e convivência responsável. Alguns até carros e roupas de grife; alguns ricos até porsche que se transformam em armas letais para matar pessoas honestas e produtivas.

À lista de algumas características e estilo desses indivíduos, criados e engordados de forma mambembe e tosca. Vários chegam a concluir algum curso superior, têm diplomas universitários e guardados como fotografias de família. Não têm trabalho formal, público ou privado. Vivem como arrimados; isto é, mantidos por pais, avós, irmãos, bens familiares, alugueis da família, auxílio de entidades e até da previdência social.

E assim, nesse diapasão e profusão de vida tosca, vidinha e vidona, ao modo não de proscênios ou ribaltas de boa qualidade, vão levando sua sobrevivência. Numa boa, participes que são de bona-chira, de lantejoulas, de casimira e boas comilanças, rodízios, bons gourmets, e tudo que se propaga da moda e top 10. Ao se estudar e escarafunchar a biografia desses indivíduos e famílias, tudo fica explicado pelo estilo e ritmo educacional em que viveram e foram criados, poupados, mimados e isolados e imunes aos labores e disciplinas de uma vida participativa, solidaria, generosa e com bônus e ônus. Tudo isso explicado

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